
Aférese Terapêutica
A aférese terapêutica consiste na remoção de uma substância ou componente do sangue total de       um paciente, através de um equipamento separador de células, específico e automatizado, onde é      acoplado um conjunto estéril de bolsas descartáveis.
 
         O componente a ser removido é variável, dependendo do tipo de doença, pode-se        remover o plasma, os leucócitos, plaquetas ou os eritrócitos do paciente, conforme tabela abaixo: 
| Tipo | Componente removido | |
| Plasmaférese | Plasma | |
| Citaférese | leucaférese  | leucócitos | 
| plaquetaférese | plaquetas  | |
| eritrocitaférese | eritrócitos  | |
| linfocitaférese | linfócitos | |
Indicações
- Plasmaférese  Indicada como modalidade terapêutica quando a substância causadora da doença está presente no plasma e pode ser removida através de troca plasmática. A eficácia depende da quantidade de plasma trocado em cada procedimento, da distribuição dessa substância entre os compartimentos intra e extravascular e da velocidade de equilíbrio entre esses compartimentos. O número e o intervalo entre as sessões dependerá da patologia do paciente, da sua velocidade de instalação, da gravidade, da substância alvo a ser removida, assim como da perpetuação do estímulo à produção dessa substância. 
          
            -	Leucaférese  Indicada como terapêutica coadjuvante em algumas patologias hematológicas:
 
          nbsp;  Leucemias mielóide agudas com número de blastos no sangue periférico superior a 100.000/mm³.
 
          nbsp;  Sinais e /ou sintomas de leucostase, independentemente do número de leucócitos.
 
          nbsp;  Controle temporário de leucometria em gestantes portadores de leucemias agudas ou crônicas.
 
          nbsp;  Controle da leucometria em patologias resistentes ao tratamento habitual ou em outras situações
 
         em que haja contra-indicação temporária ao uso de drogas quimioterápicas.
         
 
         -		Plaquetaférese Indicada em pacientes com contagem de plaquetas superior a 1.000.000 / mm3, associado a sinais de trombose microvascular ou sangramento excessivo. Plaquetaféreses  diárias podem ser necessárias até que haja redução na contagem de plaquetas ou melhora substancial nos sintomas de trombose, enquanto aguarda-se a ação de drogas mielossupressoras.
         
         -		Eritrocitaférese Indicada para remoção de eritrócitos, com alteração qualitativa ou quantitativa devido a:
 
          Complicações em pacientes com  anemia falciforme: acidente vascular cerebral agudo, síndrome torácica aguda, colestase intra-hepática, priaprismo agudo refratário, preparo pré-operatório.
 
          Infecção por protozoários ( Malária, Babesiose).
 
          Policitemias.
-	Linfocitaférese - Alguns estudos mostram diminuição no número de articulações comprometidas em pacientes com artrite reumatóide
 
  submetidos a linfocitaférese terapêutica. É indicada em um número reduzido de pacientes, tendo em vista o custo e a duração limitada dos benefícios atingidos.
          
 
          -	Fotoaférese - Não haverá remoção de componente do sangue, este procedimento consiste na separação dos leucócitos, que são submetidos a irradiação com luz ultravioleta e sua posterior infusão no paciente.
          
  
          Indicações
 
         
Linfoma cutâneo de células T, rejeição aguda e crônica de transplantes de órgãos sólidos.
Como é realizada a Aférese
 O médico hemoterapeuta avalia a indicação do procedimento e, juntamente com o médico assistente, programa o número de sessões e intervalo entre elas. 
  Poderá ser necessária a instalação de um cateter central quando não há veias com calibre adequado ou se existe a previsão de muitas sessões de aférese.
 
  O paciente será conectado a uma máquina separadora, na qual é instalado um conjunto estéril de bolsas e soluções, selecionado de acordo com o componente sanguíneo que deve ser removido/sustituído.
  
  O paciente é monitorizado com cardioscópio e aparelho de pressão arterial, para verificação dos sinais vitais durante a aférese. As alterações hemodinâmicas e/ou sinais e sintomas apresentados pelo paciente são imediatamente avaliadas pelo hemoterapeuta que acompanha o procedimento.
  
 
  Reações Adversas
  
  Como estes tratamentos são realizados com cuidado e atenção aos detalhes técnicos, a aférese terapêutica é um procedimento seguro. É importante um monitoramento adequado do paciente durante a aférese, com acesso pronto a medicações e equipamentos que permitam o tratamento rápido das possíveis reações.
  
  
  As reações adversas mais frequentemente descritas são:
  nbsp;  Hematoma e infiltração de soro no local de punção venosa, para procedimento realizado sem cateter central.
  nbsp;  Diminuição do cálcio plasmático, ocasionado formigamento e dormência dos lábios e mãos.
  nbsp;  Reação alérgica ao óxido de etileno, que é a substância utilizada para esterilização do conjunto de bolsas descartáveis.
  nbsp;  Raramente poderão ocorrer alterações na pressão arterial e alterações do ritmo cardíaco.
  
  O número e a frequência de sessões, bem como a decisão de se interromper ou prolongar o tratamento, será decorrente de uma decisão conjunta entre a equipe médica e a equipe de hemoterapia. A aférese terapêutica é uma medida auxiliar ao tratamento, geralmente aplicada em conjunto com  outras  modalidades de tratamento, existindo a possibilidade de não haver melhora do quadro clínico. 
